Passámos em finais de Março pelas grandes cidades, para ver se a civilização ainda existia.
Santiago do Chile foi o ponto de partida, onde fomos acolhidos como se fossemos família em casa dos pais do Chalo. De Santiago não gostámos, talvez pelo choque de chegar do pequeno paraíso que é San Fábian de Alico, talvez porque os sismos já destruíram quase tudo o que havia de bonito para ver ou talvez ainda porque o smog é tão intenso que não nos deixa ver o que de mais bonito teria esta cidade: a cordilheira como pano de fundo. Assim, ficam só os arranha-céus e as ruas estreitas, poluídas e cheias de gente do centro antigo (mais uma catedral ou outra) e as avenidas novas de belos relvados, colégios para os filhos da classe alta e centros comerciais gigantes.
Daí fomos a Valparaíso, parece que não há que perder cidades património da humanidade, e já agora queríamos saber do que se falava. Pareceu-nos efectivamente uma cidade diferente, no fundo, uma cidade em que toda a gente se expressa livremente. Há quem faça coisas bonitas e há quem desfaça coisa bonitas. O Pablo Neruda, por exemplo, fez uma bela casa, donde se vê o oceano em grande esplendor.
Guarde-se na memória sobre Valparaíso o que se quiser: que é uma cidade com uma dinâmica artística fantástica, de tesouros escondidos ao virar de cada esquina, que desce das suas colinas até ao imenso Pacífico; ou uma cidade portuária caótica, suja e decadente. Talvez um pouco das duas, talvez seja esse o seu encanto, a sua capacidade de manter em coexistência dois mundos opostos.
Alguns dias depois, atravessámos o continente para ir ver o Atlântico. Ou o Bruno e a Renata, dependendo do ponto de vista.
Depois de Santiago, Montevideo pareceu-nos uma lufada de ar fresco: grandes parques, belos edifícios dos tempos coloniais (bem ao estilo europeu antigo) e o ar do mar a soprar de todas as direcções. Punta de leste, o paraíso artificial dos milionários deste mundo, Colónia de Sacramento, um pequenino lugar bem arranjado e escondido do tempo. Tempo de família, uma vez mais, visitámos os que andam por aqui perdidos neste lado do Atlântico.
Atravessando o Mar de Plata chegámos depois a Buenos Aires e a Cardales, dependendo do dia. Em Cardales descobrimos maravilhados o incrível mundo dos super-ricos do pólo internacional: bem-vindos a um dos vários campos do Ellerstina. Mais uma vez entre cavalos, aprendemos agora tudo sobre que é necessário para criar um cavalo campeão mundial de pólo.
Buenos Aires foi tudo o que esperaríamos de uma decente capital europeia: cosmopolita, cheia de parques e edifícios bonitos, com zonas pitorescas e vibrante de actividade noite e dia. A mãe e a avó da Renata garantiram o sucesso da nossa estadia.
Leticia y familia – Bruno, Susana y Emi – Renata, Sergio, Míssil y Pepa – Estella y su Maman
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